Recordar Penafiel...

"Lembro-me de ter lido em qualquer parte uma curiosa classificação das actividades que mais se notam nas principais cidades portuguesas. Diziam assim: "Lisboa diverte-se, o Porto trabalha, Coimbra estuda, Braga reza e Penafiel ama.
Na Verdade a história da velha Arrifana de Sousa que no reinado de Dom José foi elevada a cidade com o nome de Penafiel, é uma história de amor- amor de Deus e do Próximo."



"Oito Torres de oito igrejas apontam o céu e gravam no tempo as passagens mais memoráveis duma vida religiosa intensa.
O Santuário/Igreja de Nossa Senhora da Piedade, formosa habitação da tristíssima Senhora que o mercador João Correia trouxe de Inglaterra no Século XVI, para ser entregue à devoção das gentes de Arrifana. (imagem da esquerda)
A Igreja de Santo António dos Capuchos que pertenceu ao convento destes frades, e que hoje está a cargo da Misericórdia.
A Igreja de Nossa Senhora da Ajuda onde se encontra a formosíssima imagem de São José (imagem da direita) que o escultor Teixeira Lopes queria, à viva força, comprar por alto preço.
A Igreja da Misericórdia, antiga catedral dum bispado efémero , que não foi nunca visitada pelo seu bispo.
E a Igreja Franciscana do Calvário, e a Igreja do Recolhimento (Freiras) da Senhora da Conceição, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo que alberga o incorrupto moço e mártir São Vicente; e é principalmente a Igreja Matriz, construção magnifica do Século XVI, sóbria e solene.
Nesta Igreja está erecta a confraria do Santíssimo Sacramento desde 1540. Foi a Primeira depois da de Roma, instituída pelo Papa Paulo III.
Artísticas imagens sacras, alfaias sumptuosas, tudo são materializações do imaterial amor de Deus no coração Penafidelense. A este amor, porém, corresponde outro que lhe é semelhante- o amor do próximo, e nele continua, a nossa cidade, a sua história.
Também a capela de Santa Luzia, antiga matriz que agora é lar da Santa Mártir padroeira das vistas. E a Capela de São roque, onde junto se encontra o modesto túmulo do Padre Manuel da Ressurreição.
É assim que Penafiel ama. abnegada e cristãmente.
Peregrina cidade alcandorada entre o céu e a terra, dominando as pradarias que o Sousa vai cortando como lâmina cintilante; terra de sonho e de lendas; burgo medieval de estreitas ruelas com nichos, capelas e Igrejas devotas onde se abrigam lindas imagens."
"Penafiel tu vens construindo uma longa história iluminada pelo amor de Deus e do próximo, e visto que sabes amar, perdoas pelo facto de teres muito que invejar às restantes cidades Portuguesas"
texto: Maria Luísa Carneiro Pinto in "Penafidel-1964, 2ªsérie"

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