Corpo de Deus em Penafiel- A Secular Cavalhada

Tradição com cerca de 300 anos é única no País
Figura da Cidade presta cumprimentos à Câmara Municipal de Penafiel.

Este desfile com origem no século XVIII, partiu do Campo de Torres Novas e seguiu em desfile pelas avenidas da cidade até ao edifício dos Paços do Concelho. Um carro puxado por uma parelha de cavalos traz a figura da cidade, que vestida a rigor, irá apresentar cumprimentos à edilidade. Em frente ao edifício a figura da cidade pede silêncio aos presentes para poder saudar os autarcas que se encontram na varanda principal. Lidos os versos, a figura alegórica que foi delegada pelo povo dirige-se à varanda do edifício  acompanhado por duas meninas vestidas de branco, e aí saúda o Presidente da Câmara perante o povo penafidelense.

 A Bicha Serpe também integra o cortejo


 A Figura da Cidade fumando do seu charuto. Depois de o fumar, pede silêncio e faz o seu discurso.

 Figura da Cidade a discursar à edilidade que ouve atenta na varanda da câmara.

 Já no interior da câmara para entregar o pergaminho com os versos que leu. Segue acompanhado de duas meninas que entregam dois ramos ao Presidente.

No decorrer da cavalhada actuam os Bailes dos Ofícios, únicos no País

O Baile dos Ferreiros- único no País
 O Baile dos Ferreiros foi o único dos Bailes das Festas do Corpo de Deus de Penafiel, únicos no País que nunca deixou de se realizar. Este baile também chamado dança das espadas devido à sua coreografia espectacular é o mais importante e faz guarda de honra ao Santíssimo Sacramento. Segundo diz o povo, a procissão do Corpo de Deus não pode sair sem este baile.

O Baile das Floreiras-único no País
  O Baile das Floreiras, único no País, de muito encanto feminino é composto por 6 pares de senhoras vestidas de saia preta, camisa branca, xaile, chapéu, um raminho e uma canastrinha de flores nas mãos. Toda a roupa é decorada com flores. No baile também existe o mestre. A dança retrata as floreiras que vieram à cidade vender as suas flores, mas um homem (mestre) regateia com elas para tentar comprar  as floreiras, e não as flores. No fim acabam por se entenderem entre todos, e as floreiras fazem uma espécie de batalha de flores que enche de alegria todos os que assistem.


O Baile dos Pedreiros- único no País
  Este Baile, único no País, foi recuperado em 2008,  que representa o oficio dos Pedreiros, retrata o dia-a-dia desta classe profissional. No Baile o Mestre e os pedreiros, andam à porfia enumerando a obras que fizeram. Num desentendimento os pedreiros acusam o mestre de não lhes pagar o ordenado, o ambiente "aquece" e o senhor meirinho prende o mestre por desacato. A mestra acode o marido, mas para evitar ser presa promete pagar tudo aos pedreiros que entretanto vão merendar, e o rapaz dos picos recolhe o material de trabalho, acabando todos em bem.

O Baile dos Pretos- único no País
 O Baile dos Pretos, trata-se de uma tradição única no País, das Festas do Corpo de Deus de Penafiel, que já não se realizava desde 1963, e foi recuperado em 2011,  pela Associação do Desenvolvimento de São Paio da Portela.

 Este Baile sempre foi dos Bailes mais apreciados pela população. A sua maneira caricata, berrante, satírica e alegre de actuar sempre cativou as gentes da urbe e de fora do concelho. Os pretos  vestem de calção e tanga, as pretas de saia também tanga, de cores fortes, e pintados completamente de negro. A Rainha e o rei com vestes cintilantes, com coroa vistosa na cabeça. No Baile segue um preto com um grande mastro de onde de agarram fitas de várias cores. A certa altura do Baile o mastro coloca-se ao centro e os pretos correm em volta, segurando uma fita cada um. A musica do Baile é através de batuque, acordeão e tambor.



O Baile dos Pausinhos- único no País
O Baile dos Pausinhos, composto por 8 pares de rapazes e raparigas, todos bem apuradinhos, com um par de pausinhos de madeira cada um. O Baile orientado ao som do apito de clarinetes e tubas, tem muita dança e cântico, dando um colorido, fazendo deste baile diferente de todos os outros, pelos aspectos que engloba.
        Este baile nasceu numa altura muito poética e romântica, é o que tem mais complexidade musical e terá    sido uma dança descendente das danças com espadas.


 Baile dos Turcos- único no País
Esta dança, única no País, de efeito espectacular, retrata uma batalha entre mouros e cristãos. 
Um exército cristão, comandado por São Jorge vem em defesa de uma dama casada com um rei Mouro, mas que está farta e se quer converter à fé cristã. A certa altura do Baile, após as encenações principais, como a prisão da dama e a afronta entre mouros e cristãos, começa a batalha.
São Jorge acaba morto pelo rei Turco, e quando tudo parecia perdido para os Cristãos, rebenta no ar um foguete, e de um grande rochedo sai um anjo que vem ressuscitar São Jorge, libertar a dama e converter os mouros à fé cristã, dando assim fim ao Baile. 

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