São Martinho | Padroeiro da Cidade de Penafiel

Não há data certa sobre o ano em que começaram as feiras de São Martinho em Penafiel. Segundo documentos existentes, as primeiras feiras de São Martinho, datam da fundação da igreja da freguesia de Moazares, no Século XI, igreja essa que só permanece a capela-mor, actual Capela de Santa Luzia.
Foi também neste século (XI) que muitos Francos da gasconha assentaram arraiais em Arrifana de Sousa movidos pela fé para tentar expulsar os mouros que por aqui se instalavam.
Acabado o conflito as tradições, quer pagãs quer religiosas voltaram a ter grande importância no povo de Penafiel e da região.
No São Martinho não faltavam arraiais, bailarico, e vinho-novo.
Mas para Teresa Soeiro, as festividades de São Martinho terão começado quando a sede de paróquia deixou Moazares e se mudou para uma nova e imponente igreja no lugar de Arrifana, em 1570.
A festividade começou por ter uma vertente mais litúrgica e religiosa, onde as populações das redondezas deslocavam-se à cidade para prestar culto ao santo, pagando promessas a ele dedicadas, mas com o passar dos anos a parte religiosa da festa ia-se perdendo.
Já em contraste a feira ia aumentando de ano para ano, com a venda da castanha assada, do vinho-novo, de produtos regionais, e até a iguaria da festividade, a torta de São Martinho.
Mas a partir de 1856, a Cólera, e em 1857 a febre amarela que devastaram o País causando milhares de Mortos, levaram a que o rei D.Pedro V fosse obrigado a proibir a realização de grandes aglomerações.
Daqui resultou a consequente proibição da realização da feira tradicional de São Martinho no dia 11 de Novembro passando a ser realizada no dia 11 de Abril.
O descontentamento levou a que o povo continuasse a realizar a feira com os cavalos, nos lugares de São Roque e Aveleda.
Logo a Câmara de Penafiel aproveitou esse facto e pediu ordem para que se realizasse a feira em Abril, pedido que foi aceite e que até há bem pouco tempo realizavam-se as feiras de São Martinho em Abril que ficaram popularmente conhecidas por São Martinho pequenino.

Nos finais de oitocentos a feira adquire nova vitalidade, com a linha do Douro. Os feirantes e os inúmeros forasteiros passaram a poder afluir com mais rapidez à cidade para gozar as festividades. Nos dias de hoje, a Feira de São Martinho, apesar de algumas diferenças com o passado, continua a ser uma das maiores romarias da região. Ou seja, a tradição ainda é o que era

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