Miguel Sousa Tavares rendeu-se aos afetos de Penafiel

"Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares de mais, já não escreves, porque não te resta nada para dizer". É com esta frase, e à qual se junta a sua silhueta, que Miguel Sousa Tavares fica imortalizado na Cidade de Penafiel. 

Durante 1 semana, exposições, teatro de rua,  diversas conferências e debates, apresentação de livros, contaminação literária da cidade, bem como uma feira do livro, fizeram de Penafiel a Cidade de Miguel Sousa Tavares.


Depois de Urbano Tavares Rodrigues, José Saramago, Agustina Bessa-Luís, Mia Couto, António Lobo Antunes, Mário de Carvalho, Lídia Jorge, Mário Cláudio e Alice Vieira, a 10ªedição do  Festival Literário Escritaria homenageou Miguel Sousa Tavares. 





Apesar de inicialmente ser apanhado desprevenido, Miguel Sousa Tavares acabou por se render aos afetos de Penafiel. A sua Vida e Obra espalhou-se pelas ruas, montras, fachadas e jardins da cidade, e até se viu rodeado de personagens das suas obras, como um grupo de coelhos que saltaram de Ismael e Chopin e que o acompanharam na sua visita à cidade.

Mais tarde acabaria por confessar aos jornalistas "Nunca esperei, nunca desejei, nunca aspirei uma homenagem, nem sabia bem o que era antes de chegar a Penafiel".



"Não tenho uma obra, tenho o vício de escrever. Escrevo compulsivamente todos os dias"





Perante centenas de pessoas, numa entrevista conduzida por Júlio Magalhães acerca da sua Vida e Obra, Miguel Sousa Tavares referiu: “A crítica detesta-me. Não é cordialmente; é mesmo obsessivamente. A crítica tem por mim um infinito desprezo. (…) Tenho péssima crítica. (…) “Não escrevo para mim, nem para os meus amigos ou para a minha rua. E sobretudo não escrevo para os críticos. Escrevo para os leitores. Sou um escritor de leitores. Eu quero ter leitores. Jamais direi como o Lobo Antunes que me basta um leitor. Jamais.
Considero a escrita como um serviço prestado aos outros. E é cada vez mais importante porque há cada vez menos gente a ler.”



Ainda em tom de crítica  haver atualmente livros a mais no mercado português, apesar de haver cada vez menos gente a ler.

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