Hospital de Penafiel | "Rostos da Pandemia: Luís Ramalho"

 


Técnico coordenador do Serviço de Imagiologia, Luís Ramalho, com 30 anos de casa, foi o primeiro profissional a radiografar utentes nas áreas COVID-19 do Serviço de Urgência do Hospital Padre Américo.

Estar na linha da frente, diz, “foi como estar na linha da frente em todas as outras situações, quem opta por este tipo de profissões já sabe que estas coisas podem acontecer, talvez não todas com a gravidade desta e com as implicações que esta situação está a ter, mas não é muito diferente do que lidar com outras coisas”.

“Foi preciso adotar alguns cuidados, não tão poucos quanto isso, mas é apenas mais uma situação que a nossa profissão implica”, acrescenta.

Os doentes COVID-19, doentes com patologias pulmonares, são também avaliados pela Imagiologia com a realização de raios-X e TAC torácicos. Foi necessária uma adaptação, “o TAC não podia deslocar-se para as áreas COVID-19, mas reorganizamos os circuitos e colocamos nessas áreas, quer numa primeira fase cá dentro, quer numa segunda fase, dentro e fora das áreas, equipamentos que faziam com que ambas as tipologias de doentes – suspeitos e confirmados – não tivessem que andar a circular pelo hospital para realizarem os exames”.

Houve que reorganizar tudo, repensar tudo, “houve claramente um esforço, quer em termos de equipamentos, quer em termos de recursos humanos para conseguirmos responder a todas essas solicitações”, salienta.

Assume não ter uma situação específica marcante, no entanto, “quando os doentes são imensos, chegamos a uma fase em que pensamos se poderemos não ter capacidade de resposta, é algo que nos assusta. Não estamos imunes a esse tipo de perceção”.

No início da pandemia, “perante uma infeção que não conhecíamos bem, havia o receio de as coisas poderem correr mal para o nosso lado. Há sempre algum medo associado”.

Afirma que a comunidade reconhece o trabalho dos profissionais, mas coloca alguns dúvidas em relação aos “serviços de saúde, nomeadamente os nossos governantes”.

A mensagem que pretende deixar à comunidade é só uma: ajudem-nos a ajudar-vos.

“Se a comunidade não tiver algum cuidado, se não restringir alguns comportamentos, corremos o risco de quando chegarem cá, não termos capacidade, em absoluto, para os ajudar”.

Fonte da notícia- Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa

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